E se pelo avesso
eu fosse outra?
Correndo pela terra seca
levantava poeira
brincava com os pequenos
e me comprazia com as risadas.
Pintava as paredes de barro
e morava dentro de mim.
E se pelo avesso
eu fosse outra?
Caminhava devagar pela mata
colhia ervas
macerava
preparava tinturas
e dançava sem estar em mim.
Outras dançavam no meu corpo.
E se pelo avesso
eu fosse outra?
Então,
pelas frestas do tempo,
nas dobraduras do ir e vir,
o caminhar das outras
vem pulsando em mim.
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