quinta-feira, 22 de março de 2012

Luciano Martini escreveu:


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Só eu.


Onde percebes ilusão
eu vejo poesia
entre semi-deuses
eu tropecei na lancheria
Tudo pode ser
sem esperar acontecer
chuvas de verão, castelos de imaginação,
sempre viajei sozinho
em jardins de papelão

Sem tudo estar perdido, então.
Vou chorar um rio
Mas chorar a luz do luar,
Lagrimas de estrelas, emoção

Ser feliz é não saber, correr...correr...
E porque parar?
Deixa a dor não estar
Nunca mais

Seguir é não ter fim
Embalar-se neste crepúsculo laranja
Delicado como um poema
Luminoso como um picolé de limão

http://lucmartini.blogspot.com.br

quarta-feira, 21 de março de 2012

Victor Soares Rodrigues Pereira escreveu:


marcas

E os barcos perderam seus rumos
E os passos se desencontraram
Foram muitos senões...
E essa porta entreaberta permitia
Espiar tuas salas brancas
E teu corpo estirado
Esperando qualquer suspiro de vida
Foram as valsas em vão?
Eu corri feito louco à procura de uma janela
Para que eu pudesse gritar por socorro
Porém os barcos perderam o mar
E os passos perderam o chão
E meu corpo perdeu sua cor
Foram muitos acasos...
Ficaram somente marcas de tinta escura
Esperando a chuva que as possa lavar

sexta-feira, 16 de março de 2012

parapoucos-avisrara.blogspot.com escreveu:


Homem e Mulher

Somos, tu e eu 

sujeito e objeto do mesmo amor
conjugados na mesma pessoa
Eis porque nos esmeramos
no exercício do verbo ser
e no argumento em riste
Nenhum de nós pretende desaparecer
No entanto, nem um nem outro
tem a exata medida do que somos
um no outro eclipsados

terça-feira, 13 de março de 2012

parapoucos-avisrara.blogspot.com escreveu:


O Homem por Detrás da Vidraça

Que me encerrem no vazio do esquecimento
Mas não me encerrem a conta bancária
De pessoas doentes e fracas,
de pobres moribundos,
de lutadores fracassados,
o mundo está lotado.
Por precaução, mantenho-me aqui, isolado
Por mim pouco importa
se vivem ou se morrem
Contanto que se mantenham afastados
enquanto assim o fazem
É pelo que prezo todos os dias
Para que não me roubem o tempo valioso
que gastaria a curvar-me e ouvir-lhes o lamento
Para que não me roubem os cofres
caso cativem-me a alma com seus votos fiéis
Porque isso seria como partir-me um pedaço
ou arrancar-me um braço
Sofrer com o outro é apenas drenar o coração
sem previsão de novo preenchimento
Cortem-me os dedos, mas sem demora, deixem-me os anéis

domingo, 11 de março de 2012

Cris Cases escreveu:


Crônica da Saudade Atropelada

Saudade!
Pois é. Poderia ser outra notícia, porque, saudade a essa altura, não condiz com a realidade - pelo menos uma delas. E haverá de me entender aquele que vive mais de uma realidade por dia, como eu. 
Tenho visto diariamente em alguns cenários nos quais coexisto, pessoas que, por necessidade ou por dor imensa ou por quaisquer sentimentos de menos-valia, se lançam umas sobre as outras num frenesi que se pretende contagiante - haja vista a quantidade de feromônios aspergidos nesse movimento. Eu, porém, tornei-me imune. 
Eis o que lancei na cara daquele que voejava por sobre minha cabeça:
"Como voam ligeiras as flechas do Cupido!
 Irrita-se ele com minha risada
 de fiel amante
 porque, de tão transparente,
 este meu coração tornou-se
 invisível aos olhos do infeliz arqueiro"
E o meu protesto contra a ditadura da frieza dos romances de hoje em dia tem só uma bandeira. E contém só uma palavra. Carregada de tanta coisa que não suporta muita espera. E quisera fosse pequena, mas o contrário é a verdade. 
Minha bandeira é a SAUDADE.

parapoucos-avisrara.blogspot.com escreveu:
Reclusão

Virás comigo!, acreditei
ao divisar tua sombra
projetada no vão da porta

Virás comigo!, afirmei
com a luz por detrás
ao transpor a porta

Virás?, perguntei
ao apagar das luzes
enquanto se fechava a porta

Virás?, gritei
E só eu escutei
do outro lado apenas
o som seco do teu punho fechado
emudecer contra a porta